Qualidade das Praias

Boletim Semanal

Critérios para classificação das praias:

Desde janeiro de 2001, a classificação das praias em relação à balneabilidade segue os critérios da Resolução nº 274/00 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). As praias são classificadas em duas categorias principais: Própria e Imprópria. A categoria “Própria” agrupa três subcategorias: Excelente, Muito Boa e Satisfatória.

Essa classificação é baseada nas densidades de bactérias fecais, medidas em amostras coletadas ao longo de cinco semanas consecutivas. No critério adotado pela CETESB para águas marinhas, a presença de coliformes fecais em densidades superiores a 100UFC/100ml em duas ou mais amostras de um conjunto de cinco, ou valores acima de 400UFC/100ml na última amostragem, classifica a praia como Imprópria para recreação de contato primário. Essa classificação indica que a qualidade da água está comprometida, aumentando o risco da contração de diversas doenças.

Além das altas concentrações de bactérias fecais, uma praia também pode ser classificada como Imprópria em outras situações. Entre essas situações estão: a presença de óleo devido a derramamentos de petróleo, a ocorrência de maré vermelha, floração de algas potencialmente tóxicas ou surtos de doenças transmitidas pela água.

Riscos do contato com águas contaminada:

A contaminação das águas de praias classificadas como impróprias representa um risco significativo para a saúde pública, com destaque para as doenças causadas pela presença de bactérias fecais. Esses micro-organismos são indicadores de poluição por esgoto e podem estar associados a diversas enfermidades que afetam principalmente o gastrointestinal, como diarreias, vômitos e infecções intestinais mais graves. Além disso, o contato com águas contaminadas pode resultar em infecções de pele, olhos, ouvidos e até do trato urinário, especialmente em pessoas com o sistema imunológico mais vulnerável.

Entre as bactérias fecais, os Escherichia coli (E. coli) patogênicos são especialmente preocupantes, podendo causar diarreias severas que, se não tratadas adequadamente, levam à desidratação. Já o Salmonella e o Shigella, também comumente encontrados em águas contaminadas, podem provocar febres altas, cólicas abdominais intensas e outros sintomas sistêmicos. Além disso, a exposição prolongada ou repetitiva pode aumentar a probabilidade de desenvolver infecções crônicas ou doenças secundárias.

Consequências para a sociedade

  • Impacto na Saúde Pública:
  • O principal impacto imediato é o aumento de doenças transmitidas pela água. Como as praias contaminadas aumentam o risco de infecções gastrointestinais, dermatológicas, otites e doenças mais graves, como hepatite A, isso leva a uma sobrecarga no sistema de saúde local, especialmente no hospital. Com o aumento do número de pacientes, o hospital pode ficar superlotado, tornando o atendimento mais demorado e menos eficiente, prejudicando tanto os turistas quanto os moradores.

  • Superlotação e Sobrecarga no Sistema de Saúde:
  • A superlotação hospitalar se torna um problema crítico, uma vez que o aumento de pessoas em busca de atendimento médico devido a doenças relacionadas à água contaminada sobrecarrega o sistema de saúde. Isso também pode resultar na falta de recursos e insumos médicos, afetando a qualidade do atendimento e a capacidade de resposta a outras emergências de saúde. Esse problema é ainda mais agravado pelo fato de ilhabela dispor de apenas um hospital.

  • Turismo:
  • Ilhabela (e região) dependem significativamente do turismo para a sua economia. Com praias impróprias para banho, o destino se torna menos atraente para os turistas, o que resulta na queda no número de visitantes. Isso pode afetar diretamente o comércio local, hotéis, restaurantes e agências de turismo, prejudicando as fontes de renda de muitos moradores que dependem desse setor.

  • Impacto Social e Qualidade de Vida:
  • A contaminação da água não afeta apenas o setor econômico, mas também a qualidade de vida dos moradores. As praias são parte essencial da vida social e cultural de Ilhabela, e com a proibição ou a redução da capacidade de uso para lazer, há uma perda na qualidade do tempo livre da população local. A preocupação constante com a saúde e o bem-estar, causada pela presença de bactérias e poluentes na água, afeta a sensação de segurança e satisfação da comunidade.

Consequências para o meio Ambiente

  • Destruição dos Ecossistemas Marinhos:
  • A presença de bactérias fecais, óleo, e substâncias tóxicas pode alterar o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Organismos marinhos como corais, moluscos, peixes e crustáceos podem ser afetados pela poluição da água, comprometendo sua saúde e reprodução. A contaminação prejudica a qualidade do habitat desses organismos, afetando toda a cadeia alimentar marinha.

  • Diminuição da Biodiversidade:
  • A contaminação da água pode levar à morte de espécies aquáticas, o que reduz a biodiversidade marinha e enfraquece os ecossistemas locais. Espécies mais sensíveis, como moluscos e peixes, são particularmente vulneráveis a toxinas presentes na água, como metais pesados e produtos químicos resultantes do derramamento de óleo ou da maré vermelha. A diminuição da biodiversidade impacta não apenas o meio ambiente, mas também a pesca local e outras atividades econômicas que dependem dos recursos marinhos.

  • Contaminação das Águas Subterrâneas e do Solo:
  • A água poluída que chega à areia e aos sistemas de drenagem pode contaminar as águas subterrâneas e o solo das áreas costeiras. Isso pode resultar em sérios problemas ambientais a longo prazo, afetando plantas, animais e até mesmo a qualidade da água potável da região.

  • Alterações no Clima Local:
  • A contaminação das águas e a alteração nos ecossistemas marinhos também podem afetar o microclima da região. A degradação dos manguezais e outros habitats costeiros impacta a capacidade desses ambientes de regular o clima, filtrando poluentes e protegendo as áreas costeiras de erosão.

Boas práticas na praia: Faça você sua parte

A praia é um lugar de lazer, conexão com a natureza e bem-estar. No entanto, para que essa experiência seja segura e sustentável, é essencial adotar boas práticas que preservem sua saúde e o meio ambiente. Aqui estão algumas orientações importantes:

  • Verifique se a praia é própria para banho
  • Antes de entrar no mar, sempre consulte as condições da praia. Consulte as condições da água ao clicar no botão "Boletim semanal" (logo a cima).

  • Leve uma sacola para o seu lixo
  • Mantenha a praia limpa! Sempre leve uma sacolinha para descartar de forma correta todo o lixo gerado por você e sua família. Além disso, se encontrar resíduos deixados por outras pessoas, que tal dar um exemplo e recolher? Pequenos gestos fazem uma grande diferença.

  • Respeite a vida marinha
  • Evite alimentar animais marinhos, tocar em corais ou retirar conchas. Além disso, não jogue lixo no mar. Esses cuidados ajudam a preservar os ecossistemas e garantem que futuras gerações possam desfrutar da mesma beleza que você.

Ao seguir essas boas práticas, você protege a si mesmo, colabora com a preservação da natureza e contribui para um mundo mais saudável e equilibrado. Faça a sua parte e aproveite a praia de forma consciente!